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Ocupação desordenada dos solos: Uma bomba-relógio

A ocupação desordenada dos solos causa degradação ambiental, inundações, sobrecarga de infraestruturas e vulnerabilidade social. Esta problemática, evidente em cidades e áreas rurais de Portugal, exige um uso responsável do solo para um desenvolvimento sustentável.
Tempo de leitura: 4 minutos  |  Publicado em: 31/05/2023

Ao caminhar pelas ruas de uma cidade, pode-se não perceber o quão frágil é a linha que separa o crescimento urbano sustentável da ocupação desordenada dos solos. Cada construção erguida, cada parcela de terreno ocupada tem implicações profundas para o meio ambiente, a economia e a sociedade. 


Primeiro, importa compreender o que é a ocupação desordenada do solo: Trata-se do uso indiscriminado e sem planeamento do território, onde o crescimento urbano acontece de forma acelerada e desorganizada, sem respeito pelas leis e normas de ordenamento territorial. A ocupação desordenada pode ocorrer por motivos variados, desde o crescimento demográfico acelerado a investimentos imobiliários mal planeados.


As implicações ambientais da ocupação desordenada dos solos são vastas e preocupantes. A substituição de áreas verdes por construções diminui a capacidade de absorção do CO2, aumentando a poluição atmosférica. Também reduz a permeabilidade do solo, aumentando o risco de inundações. Imagine, por exemplo, um bairro de Lisboa que, devido à construção de novos prédios sem a devida infraestrutura, vê-se assolado por inundações sempre que chove intensamente.


A ocupação desordenada dos solos também traz consequências socioeconómicas. Muitas vezes, as habitações construídas em áreas de risco são frágeis, colocando em perigo as pessoas que nelas residem. Não são raras as famílias de rendimentos mais baixos que são empurradas para estas áreas, aumentando ainda mais a sua vulnerabilidade. Além disso, a ocupação desordenada frequentemente sobrecarrega as infraestruturas existentes, prejudicando a qualidade de vida da população.


Uma ocupação do solo bem planeada, pelo contrário, pode promover o desenvolvimento sustentável e a inclusão social. Baseia-se no respeito pelo meio ambiente e na promoção de uma convivência em harmonia entre as áreas urbanas e rurais, entre o homem e a natureza. Cria espaços públicos e infraestruturas adequadas, garantindo a todos os cidadãos acesso a serviços básicos e a uma vida digna.


Infelizmente, a ocupação desordenada dos solos é uma realidade em muitas cidades portuguesas. Em algumas cidades Portugueses as áreas mais centrais outrora dedicadas à indústria, estão agora a ser ocupadas por habitações de luxo. Este processo, conhecido como gentrificação, está a forçar os residentes originais, com rendimentos mais baixos, a mudarem-se para áreas mais afastadas e menos servidas por infraestruturas. 


Em contrapartida, em algumas localidades do interior do país, assiste-se ao abandono dos solos e ao despovoamento, com graves consequências para a conservação do património rural e para a sustentabilidade dos ecossistemas locais. Este é um exemplo de como a ocupação desordenada dos solos não se resume apenas a um excesso de construção, mas também à negligência e ao esquecimento de regiões menos urbanizadas. Este fenómeno, muitas vezes chamado de êxodo rural, leva à deterioração das estruturas rurais, à perda de biodiversidade e à desertificação dos solos. Portanto, a desordem no uso do solo transcende os limites das cidades e revela-se uma questão de âmbito nacional, necessitando de uma solução integrada e holística.


Como sugestão, veja se morar aqui seria uma opção:  Beja, Évora, Castelo Branco, Bragança , Madeira ou Terceira



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